sábado, 31 de dezembro de 2011

Oh chuva!

Sábado, 31 de dezembro de 2011

12:21

Chuva que cai desde cedo e não pretende párar.
Eu aqui, sentada no computador, com tanta coisa para arrumar. A principal vantagem desse "ano novo cristão" é que a maior parte do mundo pára e então me é possível fazer faxina. Ganho uma folga "non-sense", durmo o dia todo, como o dia todo, e fico sem fazer nada o dia todo.

Mentira. Dormir e comer são atividades importantíssimas!!!!

Enquanto arrumo minhas coisas fico pensando na hipocrisia à qual somos submetidos nessa época do ano. Eu não celebro o Natal como o "nascimento de Cristo", e muito menos comemoro esse "Ano Novo". Ano Novo pra mim é em julho, e Natal para mim é festa de solstício.

Acho ridiculamente interessante como a sociedade nos impõe celebrar essas duas datas.

De qualquer forma, não muda o fato de que estarei fazendo limpeza, comendo e dormindo, enquanto a maior parte das pessoas se embebeda, faz merda, celebra, viaja, sai com os amigos e tenta fazer coisas "inesqueciveis para o resto do ano".

Eu faço coisas inesquecíveis todos os dias.

#ficaadica

;)

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Fato!

Sábado, 18 de dezembro de 2011.
8:00 am.

Acordei com meu celular tocando. Era o alarme. Abri os olhos preguiçosamente, olhei para os lados e encarei meu quarto.

- Puta zona, hein garota!

De um lado da cama, as pelúcias espalhadas pelo chão misturadas com a roupa do dia anterior. Do outro lado da mesma, minha mochila aberta, material do curso espalhado, notebook no chão. Mas tudo bem. Era minha folga e eu ia arrumar isso.

Anyway... Me espreguicei, suspirei e olhei novamente ao redor. O sol estava invadindo meu quarto pelas frestas da janela, convidando-me a abrí-la para saudar um dia lindo e quente que começava. Levantei e abri... a porta. Silêncio. Olhei para as portas dos quartos do meu irmão e da minha mãe. Portas abertas, quartos arrumados... porém... ninguém.

- Devem ter saido pra fazer compras - pensei.

Quando comecei a descer as escadas ouvi passos. Olhei para trás e nada. Ignorei. Vai ver era a sensação do despertar me pregando peças.
Caminhei até a sala, liguei a televisão no canal de esportes e fui para a cozinha. Meu time estaria jogando a final do mundial de clubes, e eu não ia perder!
Enquanto preparava meu café da manhã, ouvi os passos de novo. Olhei ao redor da cozinha e nada. "Será que tem alguém invisivel aqui?! Putz, tipo um fantasma?!", pensei comigo mesma. Resolvi, mais uma vez, dar as costas para isso. Não devia ser nada. Com certeza era algum barulho na rua.

8:30 am.

O jogo ia começar. Meu café da manhã, bem arrumado na sala, meu irmão e minha mãe em algum lugar da cidade, e eu, de pijama, ansiosa por um jogo de futebol. Ai eu ouvi de novo. Andando atrás do sofá. Me virei e nada!! Os passos correram escada acima, e, decidida a descobrir o que era aquilo, esqueci o jogo e fui atrás.
Os passos logo se transformaram em barulhos diferentes, como se alguém estivesse bagunçando em algum lugar.

MEU QUARTO!!!!

Meu quarto era o caos. Não que antes não o fosse, mas estava pior. Lençóis e cobertas espalhadas, livros caídos, pelúcias jogadas!!!!! Absurdo!

- Mas que diabo!!!!

E foi ai que eu o vi. Sentado no chão do meu quarto, olhando apreensivo pela janela. A cortina, caia sobre sua cabeça cobrindo-o. Parecia um fantasma.

Andei em sua direção decidida. Alcancei-o, puxei a cortina e o encarei.

Ele me encarou com aqueles olhos cor de mel brilhantes, aquela cara endiabrada e....

- Caramba, Draco!

Latiu para mim e começou a lamber minhas mãos. Impossível dar uma bronca nesse cachorro! Peste!

Puxei ele pela orelha, descemos até a sala e eu voltei a assistir o jogo. Ele sentou no sofá ao meu lado e ficou observando o movimento da rua.

Abracei ele, e, juntos, comemoramos o primeiro gol do Barcelona.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Inquisição. 14 de Dezembro de 1184

Tentei, com todo o cuidado do mundo, que aquela maldita porta não fizesse aquele maldito barulho que acordaria aqueles malditos cães que acordariam minha mãe, que, por fim, me irritaria com seus malditos comentários.

Malditos!

Encostei a mão na maçaneta e sussurrei para ela. "Vai ter que dar", pensei.

NHEEEEEEEEEEEEEEEEEEECCC!

- PORRA! - gritei!

Luzes se acenderam, os cães começaram a latir, e minha mãe veio berrando xingamentos em italiano - e entre os xingamentos, meu nome, é claro.

- Chiara! Quantas vezes eu já lhe disse?! Quantas vezes mais terei que repetir?!
- Ah mãe, me deixa! Não aconteceu nada! Eu sei me cuidar!! Ninguém anda nessa floresta a não ser nós! E gente como nós!
- Chiara!
- Mãe, está tudo bem! Eu sai para caminhar e perdi a hora! Veja, voltei antes das 3:33!
- Eu sei filha! Mas...
- O quê? Passei o dia na cidade, estava com as meninas, pode perguntar!
- O Cardeal esteve aqui, filha.

Empalideci. A presença do Cardeal em casa era pior do que qualquer castigo. Será que ele tinha descoberto?
Pela expressão serena da minha mãe, e pela calma anormal dela alguma coisa estava para acontecer ou alguma noticia ruim o Cardeal havia lhe dado. Fomos até a cozinha, acendemos algumas velas e nos sentamos. Minha mãe pegou dois cálices e uma garrafa de hidromel. Os cães haviam parado de latir e se deitaram embaixo da mesa.

- Filha, começou. Agora, mais do que nunca, você precisa parar com seus passeios noturnos. Não me olhe com essa cara, mas você precisa! O Cardeal disse que representantes da Espanha estão vindo ajudar nas buscas e caçadas. você está proibida de ficar fora de casa após às 18:00.
- Mas mãe, ninguém sabe de nada! E como farei com meus amigos?!
- Você pode vê-los até às 18:00 ou convidá-los para passar alguns dias aqui. A casa é grande, temos quartos disponíveis e nossos criados adorarão se ocupar com tarefas diferentes nesses dias que virão. E além do mais, eu gosto dos seus amigos! E os cães também!

Fiquei encarando minha mãe por vários minutos. Geralmente negociariamos a solução, mas dessa vez eu vi que não haveria negociação alguma. Ela havia se decidido, e só me restava agir conforme ela mandava.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Dead Zone - 09/12/2011

Acordei às 10:00 am. Não sozinha, nem com o despertador. Acordei com empurrões e gritos. E como se apenas empurrões e gritos não fossem suficientes, algum idiota resolveu virar meu colchão fazendo com que eu caísse no chão. Esse idiota era meu marido, Said.


- استيقظ! يرجى أعقاب تصل! استيقظ! يرجى أعقاب تصل! - ele gritava sem parar. O único defeito dele era se desesperar em árabe. Toda vez que ele ficava nervoso, ansioso ou amedrontado ele se expressava em árabe. Eu sou fluente no idioma, mas não adianta nada minha fluência quando ele resolve gritar 1000 palavras por segundo!


- سهلة! الهدوء ، ما هو؟ سعيد إبطاء،! - do chão, gritei pra ele se acalmar. Aos poucos ele foi se acalmando, respirando e devagar disse no seu inglês cheio de sotaque:


- Desculpa, meu amor. Mas não pode dormir mais! Precisamos sair! Nós achava que mais uma semana poderia descansar, mas eles aqui agora!


Said ajudou-me a levantar. Arrumar a bagunça de lençóis e colchão? Nem pensar! Se eles haviam nos alcançado, era bom fugirmos logo. Enchemos 3 mochilas e uma bolsa com tudo o que pudemos, corremos até a caminhonete que nos aguardava, o motorista deu a partida e então fugimos. Um comboio com 4 caminhonetes, dois sedans e uma van. Não éramos muitos, éramos 12 ou 13, mas carregávamos coisas suficientes para viver uma confortável vida fugitiva.


E foi assim que abandonamos o acapamento militar (que já estava abandonado quando o encontramos!). E foi assim, que cruzamos a fronteira do Líbano para entrar na Síria.


Não sabemos de verdade o que está acontecendo. Quando estávamos em Beirute, sabíamos o seguinte:


Um cara "A", funcionário de uma empresa química-biológica-genética-ou-algo-do-tipo "B" nos Estados Unidos, saiu de férias coincidindo com o fato de estar resfriado. Ok. Durante suas férias, pegou um avião para a Espanha, desconsiderando o fato de que seu resfriado só piorava. De férias na Espanha, deu entrada no hospital "C" e após uma semana internado, ele morreu. Mandaram o corpo do individuo "A" de volta para os Estados Unidos, e durante seu velório ele ressuscitou e começou a atacar as pessoas. Ao mesmo tempo, outros ataques começaram a acontecer também nos E.U.A., na Inglaterra, Espanha, França, Brasil e Japão. O resfriado do homem "A" passou para outras pessoas no avião que o levou à Espanha (descobriram puxando a lista de passageiros do vôo dele) e essas pessoas ao voltarem para seus países de origem também foram hospitalizadas, morreram, ressuscitaram e começaram a atacar pessoas. De início descobriram que o tal "resfriado D" levava pelo menos duas semanas para se instalar e se desenvolver na pessoa, para então matá-la e ressuscitá-la; logo, cogitou-se a idéia de isolar os bairros onde os primeiros ataques começaram e a ir atrás de toda a lista de passageiros onde se encontrava o nosso amigo "A". Algo lógico, certo? O problema é que o tal vírus "D" começou a se adaptar cada vez mais rápido ao organismo humano diminuindo seu periodo de incubação. Logo, não foi suficiente ir atrás dos passageiros do vôo do homem "A" e isolar seus bairros, foi necessário isolar suas cidades devido à agilidade com a qual o vírus "D" estava agindo.

Faziam 2 meses que tudo aconteceu. 2 meses que eu estava no Líbano com meu marido visitando a família dele. 2 meses conversando por emails e telefonemas com minha familia na Inglaterra. Minha cidade, Liverpool, não foi afetada, graças a Deus. Nem a do meu marido, Byblos. Os focos ainda eram E.U.A., Inglaterra, Brasil, Japão, França e Espanha. Insisti para minha mãe e meu irmão voltarem para a Grécia (meu país de origem) e vou encontrá-los lá.

Hoje, faz 1 mês que saímos de Byblos e nos refugiamos em Aarida, mais ao norte. Acompanhando o noticiário e a internet, descobrimos que sauditas, iraquianos, indianos e afegãos "resfriados" voltaram da Europa e contaminaram seus países. Para contaminar o Libano é um pulo! Por sorte, a família do meu marido que reside aqui é pequena. São os pais dele, o cachorro, a irmã com o marido e os dois filhos. O resto da família está dispersa pela Europa e outros países árabes. Está fácil fugir.

Foi assim que descobrimos focos de contágio próximos ao Líbano. Deixamos Beirute imediatamente ao saber que as pessoas estavam começando a invadir as fronteiras dos países vizinhos para fugir de seus bairros contaminados. Nossa meta é chegar até a Grécia onde minha família tem grandes propriedades.

Deu merda no mundo. Não me surpreende ter começado nos Estados Unidos.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Segunda-feira, 05 de Dezembro de 2011

Notícias do Caim! Não tão boas como eu gostaria que fossem... Ele está preso onde quer que esteja e não virá para o Natal. Não sabe exatamente quando volta, mas volta.

Natal?
Nascimento do Deus, quero dizer!

Estamos preparando a casa e as terras ao redor para receber o resto da família - e de seus animais. Bem, cada membro da família é protegido por algum animal. O meu protetor é Amba, um tigre. Meu irmão é protegido por Dracco, um dragão; minha mãe por Piccolo, um GIGANTESCO urso polar! - e por ai vai. Vai ser uma reunião muito interessante! Faz anos que não vejo a familia reunida!