segunda-feira, 11 de abril de 2011

Quinta-feira, 17 de março de 2011 - St. Patrick's Day

Sai com a Lorena e outros amigos para comemorar o dia de St. Patrick. Muita coisa mudou desde a viagem que fiz ao sitio dela com o Caim. Quero dizer, nada de extraordinário aconteceu - nem de fato esquisito e nem entre nós dois. Mas o fato é que as coisas mudaram.

Posso dizer que tenho trabalhado mais feliz, e o trabalho está rendendo. Os amigos não param de me telefonar, pedir conselhos, de me visitar ou me convidar para sair, e minha amizade com a Lorena (minha mehor amiga, da época da escola!) se fortificou. E não posso deixar de dizer, claro, que minha relação com o Caim também mudou. Ele faz tudo por mim: me visita, me ajuda a fazer compras, me faz companhia, passeia comigo, me agrada... se preocupa. Quem vê de fora acredita que somos um casal apaixonado em perfeita sintonia: tudo o que ele me faz, eu faço de volta. No começo tentei ser gentil, mas logo me vi correspondendo a uma amizade... A Lorena diz que eu gosto dele e jura de pé junto que ele está apaixonado por mim.

St. Patrick, encontramos a turma em um Pub no Centro. O Caim iria nos encontrar depois. O lugar estava lotado (e ainda eram 15:45 quando chegamos!), mas de todos os Pubs que pesquisamos, esse, além de ter nos atraido mais, era também o mais barato e o dono era um antigo amigo do Caim.

O começo da noite foi muito gostoso! O dono do Pub, um homem ruivo, grande, barrigudo e barbudo, claramente descendente de Irlandeses, ficou em nossa companhia o tempo todo até a chegada do Caim. Quando o Caim chegou, eles se cumprimentaram em irlandês e depois de uns minutos o dono do Pub foi checar as outras mesas.

Eu não sabia, que o Caim falava irlandês.

A noite foi muito agradável! Todos bebemos, sem exceção. Até o Caim saiu do Pub um pouco alterado! Pela primeira vez eu vi seu rosto pálido assumir um tom corado! Saímos do Pub de madrugada, o metrô não estava funcionando ainda. Por sorte, o Caim estava de carro e me levou para casa. Aliás, ele deixou de ser um simples motorista de táxi. Conforme ele dirigia, e afetado um pouco pela bebida, ele começou a me contar um pouco da sua vida. Descobri, nessa brincadeira, tudo o que eu queria e nunca soube em tantos meses de relacionamento! Ele mora sozinho, possui uma loja de artigos no bairro árabe da cidade, é de origem inglesa e mudou-se para cá há pouco tempo. Ele não é taxista, mas não soube como me explicar o porque de ter bancado um taxista comigo por vários dias; ele disse também que tem um Husky preto, e mora em uma cobertura, para ser mais exata um grande e lindo duplex. Ele adora vinhos, whiskies e cozinhar.

Achei que ele estava brincando em algumas partes por causa do efeito da bebida. Por exemplo, como um cara super-bem-de-vida resolve dar uma de taxista pra cima de uma desconhecida e fica amigo dela? Começamos um tal jogo de "acreditar e não acreditar" que o desafiei a me mostrar a verdade. Estávamos quase chegando na minha casa quando ele inverteu o caminho e seguiu na direção da casa dele. E eu não estava nem um pouco com medo.

Em cerca de meia hora chegamos ao prédio. Um prédio alto, bonito e vistoso. Possuia clube, quadras, piscina, churrasqueira, pista de corrida, área para as crianças, academia com piscina aquecida e até um pet shop. Ele cumprimentou o porteiro que devolvou o cumprimento com um sorriso acolhedor, estacionou o carro na garagem, abriu a porta para eu sair, segurou minha mão, e com a mão livre fechou a porta. Por algum motivo fútil ficamos parados, encostados no carro dele, enrolando os minutos em um clima do tipo "nos beijamos ou não nos beijamos?". Eu esperei. Esperei e vi muita malicia nos olhos deles - aliás, me surpreendi, pois também vi paixão. Os olhos dele brilhavam daquele jeito raro e lindo de quando ele se sente à vontade ou está planejando alguma gracinha! Ele abriu um sorriso, lindo, e eu retribui. E no sorriso pude notar aqueles caninos que tanto me incomodaram no nosso primeiro encontro, no táxi, quando eu voltava do trabalho e ele tentou me morder. Dessa vez, eu não estava assustada; devia ser o efeito do álcool ou o fato de que eu acreditava que ele gostava de mim e não seria capaz de me fazer mal.

Enquanto eu estava encostada no carro, ele colocou as mãos na minha cintura, aproximou o corpo de mim e a boca do meu pescoço. Eu achei que ele ia me morder. Ao invés, ele beijou meu pescoço, um beijo bem gostoso, quente e demorado que ele intercalou com pequenas mordidas. Eu abracei ele de volta e o puxei para mais perto de mim. O estacionamento estava vazio, e um pouco escuro. De olhos fechados, eu me entreguei à sensação de sentir as mãos do Caim acariciando minha cintura, seu corpo bem próximo ao meu, e sua boca a provocar os mais deliciosos arrepios no meu pescoço e na minha nuca.

Bem devagar ele foi parando de me beijar, e me olhou. O brilho que ele tinha no olhar estava mais forte, e sua face continuava corada, mas já não era mais efeito do álcool. Nem eu estava mais sob o efeito das bebidas. Ficamos nos olhando uns minutos mais, até que ele pegou na minha mão e caminhamos até o elevador.

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